Há uma tendência no mercado de construção no Brasil em importar da Europa e dos Estados Unidos o conceito de condomínios de uso misto. E agora, surgem também os Parques Industriais também de uso misto. Um exemplo, é o Parque Corporativo Bresco Viracopos em Campinas-SP.
Estes condomínios visam não só atender várias demandas tais como: logísticas, hoteleiras e de escritórios, mas também criar uma sinergia de negócios entre as diversas atividades de cada nicho dentro do condomínio, favorecendo assim a locação dos escritórios, que alavancam a ocupação dos hotéis com a instalação das empresas logísticas.
Isso possibilita que as empresas possam ter inicialmente mais facilidade de implementar seus negócios dentro do próprio condomínio devido a um leque diversificado de empresas dentro de um mesmo empreendimento.
A localização para este tipo de empreendimento é escolhida a dedo, próximo a aeroportos e principais vias de acesso em cidades com alto nível de desenvolvimento.
Mas a pergunta é: quem é o Síndico de um empreendimento do tipo de uso misto? Como é paga a taxa condominial? Como é a administração das áreas comuns, tão diversas e de uso diferente?
Bem! O perfil do Síndico com certeza é profissional. Com relação a sua administração, dependerá muito e exclusivamente da formatação da convenção condominial.
Geralmente, há uma convenção condominial única. No entanto, a administração é fracionada, tendo em vista que algumas áreas comuns e seus custos dependerão de cada setor, e outras áreas comuns serão comuns a todos os subcondomínios, vamos dizer assim.
Uma convenção bem-feita, levará em conta o respeito a cada atividade e seu tipo de negócio a ser instalado no condomínio. Por exemplo, os galpões logísticos deverão contar com o seu próprio subsíndico que será responsável pela sua respectiva área, assim como o parque hoteleiro terá o seu representante que será também um subsíndico. No condomínio de escritórios, da mesma forma.
As assembleias poderão ser feitas de forma fracionada, por tipo de empreendimento, sendo os assuntos do edital de convocação comuns a todos. No final, uma assembleia única ocorrerá onde os subsíndicos e seus respectivos conselheiros levarão os resultados das votações das assembleias fracionadas para consolidação dos resultados de votação nesta última assembleia.
Quanto aos custos da taxa de condomínio, eles irão levar em conta também a previsão orçamentária das áreas comuns de cada seguimento com suas respectivas taxas de condomínio, e as áreas comuns que chamamos ¨compartilhadas¨ terão também seus custos divididos neste caso por todos.
O trabalho do Síndico Geral, que é um profissional, é ser o responsável por todo o complexo, junto aos órgãos fiscais e públicos e junto aos subsíndicos dos demais seguimentos instalados, fazer a gestão de todo o condomínio ou Parque Industrial misto.
¨O segredo para que um empreendimento misto tenha sucesso, é ter uma Convenção Condominial muito elaborada, com os poderes do Sindico, subsíndicos e conselheiros bem definidos e com uma separação bem detalhada do que são áreas comuns de cada seguimento de negócio e das áreas de uso compartilhado¨, diz Carlos Klings, consultor em condomínios e hotelaria.