Ano da construção: Década de 1924
O Edifício Sampaio Moreira na Avenida Libero Badaró,
inaugurado em 1924, foi o primeiro arranha-céu da
cidade de São Paulo construído de concreto armado.
Depois de sete anos em processo de restauração, com interrupção das obras e sucessivos
atrasos, o Edifício Sampaio Moreira foi reaberto no dia 11 de setembro de 2017. Localizado na
Avenida Líbero Badaró, no centro, o charmoso prédio passa agora a abrigar a Secretaria
Municipal de Cultura.
Antes, a pasta ocupava salas da Galeria Olido, na Avenida São João, ao custo de 125 000 reais
em aluguel por mês. “É simbólica essa mudança justamente em um momento que feliz ou
infelizmente está se discutindo a preservação do patrimônio histórico”, afirma o secretário da
Cultura, André Sturm.
O local tombado foi desapropriado pela prefeitura em 2010 pelo valor de 5,1 milhões de reais
(8,1 milhões de reais em valores corrigidos). Esse plano de renovação foi orçado em 28,9
milhões de reais. O restauro acabou divido em duas partes. A segunda etapa deve ser entregue
em maio do ano que vem.
De viés comercial, o Sampaio Moreira foi inaugurado em 1924. Na ocasião, tornou-se a atração
da cidade: com seus doze andares e 50 metros de altura, virou o primeiro arranha-céu da
capital. O título de edifício mais alto foi logo superado em 1929, quando entrou em cena o
Martinelli e seus 130 metros de altura, bem próximo dali.
A construção de concreto armado de estilo eclético, com referências ao neoclássico e à art
nouveau, consistiu em um investimento do banqueiro José Sampaio Moreira, que presenteou
cada um de seus seis filhos com dois andares do endereço.
O projeto audacioso é do arquiteto Christiano Stocker. O profissional tem no currículo o
desenho da Estação da Luz, a fundação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, a mais antiga da cidade, e o título de prefeito da cidade
entre os anos de 1947 e 1951.
Nos anos 2000, o imóvel ainda pertencia à família com seus mais de 100 membros, mas a
manutenção deixava a desejar. Vigas de sustentação apareciam e janelas e portas estavam
quebradas, o que ocasionava invasão de água da chuva no local. Poucas salas se viam alugadas
e quase ninguém bancava o valor do condomínio.
Após a prefeitura assumir o endereço, as reformas começaram em 2012 com previsão de
entrega no ano seguinte, prazo que não foi cumprido.
As visitas poderão ser feitas através de agendamento onde o público poderá conhecer o
quinto andar do ponto, que teve suas características originais todas mantidas.
Fonte: https://vejasp.abril.com.br